sábado, 3 de novembro de 2007

Hepatites

Hepatite A

Hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus HVA que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa para outra ou através de alimentos ou água contaminada. Entre os alimentos destacam-se os frutos do mar e alguns vegetais. A incidência da hepatite A é maior nos locais em que o saneamento básico é deficiente ou não existe. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade contra esse vírus por toda a vida.

Sintomas

A hepatite A pode ser sintomática ou assintomática. Durante o período de incubação, que leva em média de duas a seis semanas, os sintomas não se manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus. Uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômitos. Depois de alguns dias, pode aparecer icterícia, as fezes ficam amarelo-esbranquiçadas e a urina escurece adquirindo tonalidade semelhante à da coca-cola. No entanto, muitas vezes, os sintomas são tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer. O paciente continua levando vida normal e nem percebe que teve hepatite.

Grupo de Risco

Geralmente é na infância que se entra em contato com o vírus. Por isso, as crianças constituem grupo de risco importante, assim como os adultos que interagem com elas e os profissionais de saúde.

Evolução

Em geral, o quadro de hepatite A se resolve espontaneamente em um ou dois meses. Em alguns casos pode demorar seis meses para o vírus ser eliminado totalmente do organismo. Embora não sejam freqüentes, complicações podem surgir como a recorrência da infecção e a hepatite fulminante, quadro muito raro, para a qual o único tratamento é o transplante de fígado.

Recomendações

· Não coma frutos do mar crus ou mal cozidos. Moluscos especialmente filtram grande volume de água e retêm os vírus se ela estiver contaminada. Ostras que se comem cruas e mariscos são transmissores importantes do vírus da hepatite A; · Evite o consumo de alimentos e bebidas dos quais não conheça a procedência nem saiba como foram preparados; · Procure beber só água clorada ou fervida, especialmente nas regiões em que o saneamento básico possa ser inadequado ou inexistente; · Lave as mãos cuidadosamente antes das refeições e depois de usar o banheiro. A lavagem criteriosa das mãos é suficiente para impedir o contágio de pessoa para pessoa; · Não ingira bebidas alcoólicas durante a fase aguda da doença e nos seis meses seguintes à volta das enzimas hepáticas aos níveis normais; · Verifique se os instrumentos usados para fazer as unhas foram devidamente esterilizados ou leve consigo os que vai usar no salão de beleza.

Tratamento

Não existe tratamento especifico contra a hepatite A nem embasamento terapêutico para recomendar repouso absoluto. Na vigência dos sintomas, porém, o próprio paciente se impõe repouso relativo. Pessoas que vivam no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estejam em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-los contra a infecção. O consumo de álcool deve ser abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.

Vacinação

Há duas vacinas contra a hepatite A. Uma deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis meses; a outra, em três doses administradas nesses seis meses. A vacina contra a hepatite A não faz parte do programa oficial de vacinação oferecido pelo Ministério da Saúde, mas deve ser administrada a partir do primeiro ano de vida, porque sua eficácia é menor abaixo dessa faixa etária. Pessoas que pertençam ao grupo de risco ou que residam na mesma casa que o paciente infectado também devem ser vacinadas.


Hepatite B

É uma doença infecciosa, sexualmente transmissível, que provoca inflamação no fígado. É causada pelo vírus HBV e também pode ser transmitida por via parenteral e perinatal (durante a gestação e o parto). Após a fase inflamatória o vírus pode ser eliminado naturalmente do organismo ou causar uma doença inflamatória crônica que, após alguns anos, pode levar a complicações hepáticas como cirrose e câncer de fígado.

Sintomas

Geralmente, após a infecção pelo HBV, os sintomas da hepatite B demoram de 1 a 4 meses para aparecer. Esse prazo, porém, pode ser maior ou a doença tornar-se assintomática, ou seja, o portador do vírus da hepatite pode demorar anos para ter algum sintoma ou nunca vir a tê-los. Os principais sintomas na fase aguda são febre, dor nas articulações, náuseas, mal-estar, dor de cabeça. Em 20% ou 30% dos casos pode surgir icterícia (pele amarelada) e colúria (urina escurecida), o que facilita o diagnóstico.

Evolução

Após cerca de 6 meses, a fase aguda se resolve e o paciente pode ficar imune ao vírus e nunca mais se reinfectar ou pode ainda tornar-se portador assintomático (sem sintomas) do vírus. Neste caso, o paciente sofre danos em seu fígado e pode transmitir o vírus sexualmente ou através de seu sangue. Em alguns casos a infecção pode evoluir para uma hepatite crônica que determina lesões em seu fígado como cirrose (cicatrização desorganizada do tecido hepático) e hepatocarcinoma (câncer hepático).

Tratamento

O tratamento pode ser feito com interferon, uma substância antiviral produzida por nosso organismo que pode eliminar o vírus HBV, deve ser mantido durante 16 a 24 semanas e consiste injeções subcutâneas de interferon que devem ser aplicadas na coxa ou abdômen, três vezes por semana (em alguns casos, as injeções devem ser aplicadas diariamente). É um tratamento caro que pode gerar efeitos colaterais como febre, náusea, queda de cabelo e dor no corpo semelhante à dos quadros gripais. O uso prolongado de interferon pode, ainda, provocar anemia, queda do número de plaquetas no sangue e depressão psicológica. Outras drogas como a lamivudina, inicialmente usada para o tratamento de AIDS, e o tenofovir têm atividade contra o HBV e podem ser utilizadas para combater a hepatite B.

Vacinação

A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário oficial de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde e protege o indivíduo por toda a vida. A primeira das três doses é aplicada logo após o nascimento e as demais após alguns meses de intervalo. Como a vacina passou a fazer parte do calendário recentemente, muitos adultos não foram vacinados e devem procurar um Posto de Saúde para recebê-la.

Recomendações

· Utilize preservativo nas relações sexuais, já que a sexual é a principal via de transmissão da hepatite B; · Quando for à manicure, leve seu material para cortar cutícula, pois o vírus pode permanecer vivo por mais de uma semana na superfície de um instrumento; · Ao retirar, receber ou doar sangue, verifique se todo o material é descartável e se o sangue a ser recebido foi devidamente testado; · Se quiser engravidar ou já estiver grávida, faça o teste para saber se é portadora do vírus da hepatite B; · Se entrar em contato com sangue contaminado, procure assistência médica imediatamente. O anticorpo específico contra a hepatite B, gamaglobulina hiper-imune, deverá ser ministrado nestes casos; · Tome a vacina contra hepatite B.


Hepatite C

A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado, mas a infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (de mãe para filho). O portador do vírus da hepatite C pode desenvolver uma forma crônica da doença que leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático. No Brasil há cerca de 2 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C. Não há vacina contra a hepatite C.

Sintomas

A hepatite C é assintomática na maioria dos casos, ou seja, o portador não sente nada após a infecção pelo vírus. Em alguns casos, pode ocorrer uma hepatite aguda que antecede a forma crônica. Nesse caso, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia), dores musculares. No entanto, a maioria dos portadores só percebe que está doente anos após a infecção, quando apresenta um caso grave de hepatite crônica com risco de cirrose e câncer no fígado.

Tratamento

O tratamento consiste na combinação de interferon (substância antiviral produzida por nosso organismo e que combate o vírus da hepatite C) injetável três vezes por semana associado a uma droga (ribaveriva) administrada por via oral por um tempo que varia entre 6 meses e 1 ano. Quando não há cirrose instalada, as chances de eliminação total do vírus do organismo variam entre 30% e 70%, dependendo do tipo de vírus, que pode pertencer a dois genótipos: 1 ou não-1. No início do tratamento os sintomas são os de uma gripe forte: dores no corpo, náuseas, febre. Outros sintomas desagradáveis, como perda de cabelo, depressão, vômitos, emagrecimento, também podem ocorrer.

Recomendações

· Não utilize drogas injetáveis; · Certifique-se de que todo o material utilizado para coleta de sangue seja descartável; · Verifique se agulhas ou qualquer outro material que entre em contato com sangue é descartável ou está devidamente esterilizado; · Leve seu próprio material quando for à manicure; · Se quiser engravidar ou estiver grávida, faça o teste para saber se é portadora do vírus da hepatite C; · Faça sexo com preservativo




Em construção

Nenhum comentário: